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A verdadeira segunda familia de moedas do Real


O planejamento da segunda família de moedas do Real, que visava corrigir imperfeições observadas na primeira família, foi iniciada no mesmo ano do lançamento, em 1994.

A moeda de R$ 0,25 seria a primeira da segunda família, mas o projeto foi alterado, a partir do uso dos discos com eletrodeposição de metais adotados no projeto final. Nesse plano inicial, a ideia era que a moeda de R$ 1 já fosse bimetálica.


Porém, como sabemos, a segunda família acabou vindo somente em 1998 e com desenhos bem diferentes das moedas de 1994, e a moeda de 25 centavos acabou sendo incorporada como sendo da primeira família do Real. Porém, existiu um esboço dos desenhos dessa família de moedas em que esta de 25 centavos faria parte.


1 centavo - aço inoxidável (liga branca)
5 centavos - aço latonado (liga amarela)
10 centavos - aço inoxidável (liga branca)
25 centavos - aço latonado (liga amarela)
50 centavos - aço cobreado (liga vermelha)

A de 10 centavos teria o mesmo desenho que a de 25 centavos com fundo linhado. Já, as de 1, 5 e 50 centavos seriam mais simples, com o fundo liso. O anverso seria o mesmo para todas que é igual ao da moeda 25 centavos que existiu. Elas também teriam maior diferenciação quanto ao tamanho e cor que era a principal reclamação em cima das moedas da primeira família, por serem muito parecidas.

Para a moeda de R$ 1,00, não havia esboço ainda, pela indefinição do material a ser utilizado. A adoção de latão, em liga, na proporção de 65% de cobre e 35% de zinco, disponível no mercado interno, tornaria a moeda mais que duas vezes mais cara que a moeda da primeira família.

A ideia de se lançar duas famílias de moedas em um mesmo ano era bem confusa. Acredita-se que as cunhagens das moedas da primeira família do Real tenham sido feitas as pressas, com discos lisos aproveitados das moedas de padrões monetários anteriores.

A alternativa na ocasião considerada mais promissora foi a de discos eletrodepositados, porém a tecnologia disponível no país, na ocasião, não permitia a produção com a espessura da camada necessária, o que demandou novos estudos.

Esses estudos acabaram levando à alteração do apresentado no esboço, em que a maioria das moedas da segunda família acabou sendo produzida com discos eletrodepositados e sendo lançadas apenas quatro anos depois.

Pesquisa feita por: Ariel Carvalho.
Fonte: Banco Central do Brasil (Demandas 2019370470 e 2019392398)
Site Mistérios Numismáticos

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