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Por quê o Brasil não cunha moedas comemorativas para circulação?

Sim, é chato não termos moedas mais simples e baratas que tenham uma versão comemorativa de uma data histórica para a nação! Mas, tem uma razão simples para isso e grande parte disso, é culpa dos colecionadores e vendedores do meio numismático. Porém, não basta culparmos o Banco Central e a Casa da Moeda, e o motivo falo a seguir.

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O que é entesouramento?

A emissão de versões comemorativas de moedas de circulação comum estimula o entesouramento de moedas, ou seja, parte significativa das tiragens das moedas é retirada de circulação para compor coleções.

Isso implica a necessidade de produção de uma quantidade muito maior de moedas, para fazer face à demanda por troco, nas transações cotidianas.

Por isso, o Banco Central do Brasil tende a optar por priorizar o fornecimento de meio circulante para atender à demanda da população, lançando mão de emissões comemorativas para circulação.

Demanda respondida pelo Banco Central OUV2022/025297 - www.diniznumismatica.com
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Conclusão> Cunhar moedas custa dinheiro! Muito dinheiro! E a retenção em excesso por parte de vendedores que visam valorizar as moedas a curto prazo, tiram de circulação milhares de moedas que deveriam ajudar a fazer a economia girar. 

A gota d'água pode ter sido a moeda de 1 Real, comemorativa pelos 25 anos do Plano Real, lançada em 2019. Foi uma 25 MILHÕES de moedas cunhadas! Quantas você pegou de troco ou viu circulando pelas ruas? Porém, sabemos de centenas sendo vendidas por aí por um preço muito maior que seu valor facial.

Acho que  parte da culpa é do Banco Central e dos bancos privados que recebem as moedas com a missão de colocá-las em circulação, pois deveriam criar controles para que isso não acontecesse, pois claramente, milhares dessas moedas jamais entraram em circulação, indo parar direto na mão de vendedores.

Comentários

Hugo Montfort disse…
Muito legal abordar esse tema! Mas, de qualquer forma, acho legal o governo produzir moedas que contém algum valor além do facial e por essas peças em circulação. Isso gera uma riqueza disponível para as pessoas comuns no comércio numismático. Já não temos mais moedas de metal nobre circulante (a última foi a Santos Dumont do final dos anos 30)...
ESBOÇO DO ACASO disse…
Imperdoável não ter sido cunhada moedas de 1 real circulante comemorativa dos 200 anos da independência.

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