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As fichas de telefone público no Brasil: uma breve história!



Na década de 1930, era necessária uma moeda de 400 réis. Mas, com a mudança da moeda brasileira em 1945 para o padrão cruzeiro, foi necessário substituir os dispositivos internos dos telefones para que possam receber duas moedas de 20 centavos. Para evitar que em cada troca de moeda, os dispositivos internos tivessem que ser substituídos, surgiram as fichas telefônicas com diâmetros entre 20 e 30 mm e fabricadas por diversos materiais como ferro, cobre e latão e eram vendidas em lojas.

 
       O único problema era que as fichas variavam suas formas conforme a região onde eram fabricadas. Para solucionar este problema, a CTB (Companhia Telefônica Brasileira) e criou um padrão para as fichas no ano de 1964, usadas em todo o território nacional. Nessas fichas tinham a sigla CTB cunhadas nelas. Na mesma época, no Rio de janeiro foi criado em 1965, a CETEL (Companhia Estadual de Telefones da Guanabara) e foram cunhadas fichas com a sigla da companhia que operou em bairros do subúrbio, Zonas Norte e Oeste e nas Ilhas do então Estado da Guanabara e com o fim do Estado da Guanabara, a empresa entrou para o Sistema Telebrás e passou a se chamar Telerj em 1975.

Em 1971 foram instituídos dois tipos de fichas diferentes: as de ligação interurbanas que só funcionavam em telefones azuis, e as de ligações locais, que somente funcionavam em telefones vermelhos. Existem muitas fichas cunhadas com as siglas DDD e LOCAL. A DDD era fabricada pela Casa da Moeda do Brasil e a Local pela Fontamac. Nessas fichas, tinham o ano de sua cunhagem. A maioria são dos anos 1980. Já no final dos anos 80, apareceram as fichas com o nome da companhia estadual de telefone. Cada Estado tinha a sua. Por exemplo, no Rio de Janeiro era a TELERJ, em São Paulo a TELESP e em Minas Gerais a TELEMIG.

               
    As fichas foram usadas até o início dos anos 1990, e o motivo de sua substituição foram os altos custos de manutenção, recolhimento das fichas, além do vandalismo. Para substituir as fichas, vieram os cartões telefônicos que se popularizou entre os colecionadores por causa de suas imagens ilustrativas. No Rio de Janeiro, as companhias que administraram a telefonia pública e que emitiram cartões foram: TELERJ, TELEMAR e OI.


Antigos orelhões utilizados no Rio de Janeiro

Comentários

Anônimo disse…
Época boa, onde as filas era ponto de encontro

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